Rumo ao BIM no caminho inverso.
O grande impulsionador do BIM deveria ser o sector do Estado, como referi em outras ocasiões, temos ao que parece mais uma oportunidade perdida com a "Bazuca Europeia" (quem nem sabemos se virá...) e com a aprovação do Código dos Contratos Públicos.
Agora o "grande" anúncio da aposta na Ferrovia, primeiro arranca-se a via para depois se mostrar obra feita. Que ou muito me engano será mais uma oportunidade perdida para implementar o BIM.
Já Sócrates, não o filósofo, inaugurava o Ramal Ferroviário do Porto de Aveiro, por outro lado prometia a electrificação até à Guarda, falava-se do TGV, por outro lado o encerramento de vários troços, cito o dinheirovivo.pt de 2011:
"Com a crise e a necessidade de equilibrar as contas passaram a ser pensados encerramentos sem modernização. Por exemplo as linhas que estão provisoriamente fechadas não deverão reabrir, se o actual Executivo mantiver o mesmo plano. Entre essas linhas estão as do Corgo, Tâmega e Tua e troços Figueira da Foz/Pampilhosa e Guarda/Covilhã, num total de 192 quilómetros.
Estava também previsto o encerramento da linha do Oeste entre Louriçal e Torres Vedras, com 127 quilómetros, a linha do Douro, entre a Régua e o Pocinho, com 68 quilómetros, a linha do Leste entre Abrantes e Elvas, mais 130 quilómetros, a linha do Vouga, com 96 quilómetros, o ramal de Cáceres, com 65 quilómetros, e a linha do Alentejo, entre Casa Branca e Ourique, com 116 quilómetros."
O BIM aplicado a Ferrovias é um exercício que necessita de algum "calo" pois a complexidade do projecto e obra a isso obriga. Num país onde nem sequer fazemos galinheiros em BIM certamente não faremos uma ferrovia de repente, ou se a fizermos será com um elevado custo de erros e demoras por impreparação.
À parte disto penso que têm de ser os profissionais a substituir o Estado no papel de fazer avançar o BIM em Portugal. As empresas têm interesse na digitalização seguramente, mas para o BIM penso que terão de ser os profissionais em grande parte à sua conta de horas e esforço, pois caso contrário ficam na segunda divisão da "Construção 4.0" ou lá como lhe chamam.
Por hipótese uma empresa que decida avançar com o BIM em todo o seu fluxo de trabalho, vai chocar de frente com o restante mundo impreparado. Seja o empreiteiro seja alguma autarquia... Vai ter de continuar a fazer xref e perfis transversais.
Até já.
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