BIM a marcar passo?

BIM a marcar passo?


Assisti há um par de dias a mais um seminário virtual sobre BIM.


O apresentador expôs o que se passa no Chile, o seminário era dirigido para a República Dominicana, promovido pelos do ISTRAM ISPOL.


O apresentador referiu que todas as concessões rodoviárias são lançadas para concurso com a metodologia BIM, e as obras próprias da Infraestruturas de Portugal lá do sítio são também já na maior parte em metodologia BIM.



Deparou-se com os já conhecidos problemas.


Embora exista um BIM Execution Plan (BEP) por parte do estado e restante documentação, esta não se adapta a um projecto rodoviário ou ferroviário na sua totalidade. Assim é necessário aqui entrar alguma criatividade com métodos para que se consigam colmatar as falhas já que a maior parte de todos estes processos BIM estão vocacionados para Edificações.

Adaptar classes de objectos e repectivos códigos tendo em vista um perfeito isolamento e medição de cada elemento, ou por grupos, leva a alguma personalização. Também é necessária adaptação ao programa de medição. Esta personalização revela-se depois incompatível com outras empresas que seguiram o seu próprio rumo.


Outro problema reside nos diversos softwares e formatos. Existem casas de software de traçado que se isolam nos seus softwares, não produzindo um formato aberto e universal de BIM, ou não o produzindo com todas as valências. Neste aspecto o ISPOL ISTRAM ganha pontos. O formato IFC junto com alguns truques de ficheiros de texto ou de Excel forma um pacote de informação que permite interoperabilidade. Não esquecer ainda que o formato IFC mesmo nas versões mais avançadas não se adapta às necessidades de uma obra linear, uma camada de pavimento segue sendo ou uma laje ou uma escama.


Ainda outro problema, é a edição dos ficheiros após estes serem produzidos num software de traçado. Enquanto poderíamos alterar a dimensão de um pilar num visualizador / editor de BIM, a sobreelevação de uma estrada não pode ser alterada. A correcção tem de seguir o seu caminho até ao Engenheiro de Traçado, que implementa a alteração e volta a iniciar todo o fluxo de trabalho para produzir e completar um IFC correcto, subdividido por tramos e secções, adicionado de metainformação ...



As vantagens do BIM são sobejamente conhecidas, basta consultar algum site ou texto sobre o assunto.

A minha ideia aqui é expôr a ideia de que embora no caso que refiro se tenham encontrado muitas dificuldades, o processo está em andamento a todo o vapor. A ideia que tenho sobre o processo em Portugal é que está a marcar passo até que por exemplo algum político o exija a uma grande obra, e depois tenhamos uma falta de conhecimento dos meios necessários para executar um projecto / obra de grande envergadura em BIM; que tenhamos uma noção desfasada da equipa que é necessário afectar e das horas que serão duras se alguém entrar de cabeça num processo destes; e certamente iremos encontrar as dificuldades expostas e as tentar resolver no momento sem um olhar mais experiente.


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